terça-feira, 28 de dezembro de 2010

2011: vem ai o carnaval!!!

   O som do surdo rompe o silêncio e marca forte, como as batidas do coração, o compasso do samba. É o prenuncio da alegria, que vai encontrando ressonância e contagiando outros corações. É batida firme, que faz brotar a emoção! E como que num encanto, faz renascer todos os anos o grito contido de “é carnaval”!

   É nas terras brasileiras que nasce o grande espetáculo; é hora dos corações brasileiros se vestirem de dourado! Dourado de todas as cores, misturando todas as suas matrizes culturais num grande caldo, que faz de nós o que somos: mestiços sonhadores. E dessa mistura nasce o samba. Nasce e  renasce todos os anos, na ginga da mulata, nos pés deslizantes do passista, na voz do intérprete, na lágrima de emoção que escorre misturado ao suor da velha mãe baiana, “que foi passista, brincou em ala, e sempre foi o grande amor do mestre-sala”.

   É tempo de sonhar! É no coração puro do sambista menino que mora o amor por sua agremiação: uma ponte entre a tradição e o futuro. Na imaginação do menino anjo, arlequins, “primos dos querubins”, desenham um grande desfile de sonhos e fantasias. A festa nasce no coração do menino, que alimenta suas idéias para fazer explodir de emoção a sua agremiação. A grande magia brasileira de “carnavalizar” a vida  surge como que um sonho, o qual o menino se permite sonhar por quatro noites. As asas dos “arlequins celestiais” levam consigo o sonho do menino para o alto do céu, junto às estrelas, transformando a cabeça do pequeno sambista numa “usina de sonhos”.


     É no barracão que os sonhos aterrissam e se tornam realidade. Pelas divinas mãos de desenhistas, aderecistas, soldadores, carpinteiros, pintores, escultores, costureiras, iluminadores, artesãos de toda natureza, que o sonho toma forma.  O talento de uma gente simples, que faz do barracão seu reino; da sua escola, sua pátria; de seu canto, um hino de amor ao carnaval.

   É nesse espaço em que a fantasia se traduz em cor, e a cor se faz vestir de emoção. Dia após dia, sem descansar, a “família do samba” deposita seu sangue e seu suor pelo desejo de reinar na noite do desfile oficial e ver brilhar nos olhos do povo a mesma emoção.  

   A fábrica dos sonhos não pode parar! Ela é movida pela luz do sonho, pela vibração e pelo amor por seu pavilhão. É o desejo de ser “um rei no meio de uma gente tão modesta”, como bem disse o poeta. Todos como um só corpo, comungam numa mesma oração, mesma prece, a súplica 
                                                          por uma noite de sonhos na avenida da ilusão.

    Na noite derradeira o ritimista faz ecoar seu repique, caixa e pandeiro e , tal qual um arauto, anuncia que é hora de pisar forte o solo sagrado do samba. A voz do intérprete ecoa pelos quatro cantos e dá contornos melódicos a obra dos compositores. Todos juntos, traduzindo em som o sonho.

   É nessa hora que todos se elevam ao nível das divindades, da realeza celeste, e sobrevoam a passarela  guiados pelas asas dos “arlequins querubins”, sonhados pelo menino. Todos são igualmente importantes; desde o elegante casal de mestre-sala e porta–bandeira até a ala da força, escondidos pelo brilho dos paetês das alegorias, mas fazendo seu carnaval!

   No sonho carnavalesco do menino sambista, a passarela se torna palco onde  passado e  futuro se dão as mãos, como que num elo eterno, juntando a velha-guarda e a ala das crianças. Todos os tempos reunidos pela esfera do sonho. É paixão que faz pulsar o coração de alegria!

   É hora do grande show da cultura; da vida se renovar no coração do menino sambista. É tempo de se deixar levar pelo samba e brindar a vida! Alimentar a fábrica de sonhos e acordar para a grande festa popular! Soou a sirene: é tempo de carnaval

Que 2011 seja um grande ano para o Carnaval do Brasil !






   

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